Funcionário absolvido por matar patrão esfaqueado em confraternização alegou legítima defesa
05/12/2025
(Foto: Reprodução) Funcionário suspeito pela morte do patrão em festa de fim de ano da empresa é solto
O funcionário absolvido por matar o patrão esfaqueado durante uma confraternização em Cláudio (MG) alegou ter agido em legítima defesa, segundo o advogado Pedro Bispo. O crime aconteceu em dezembro de 2024, quando Kerli Fabrício e Eliandro Bastos discutiram depois que o empresário teria dito ao funcionário que ele seria demitido por ser considerado um “funcionário muito caro”. Eliandro era o empregado mais antigo da empresa. Relembre o caso mais abaixo.
A absolvição ocorreu em setembro, em decisão de 1ª instância. O processo segue sob sigilo, e a família da vítima recorreu.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste no WhatsApp
Quando Eliandro deixou o Presídio Floramar após a Justiça revogar a prisão preventiva, o advogado Pedro Bispo explicou ao g1 quais argumentos apresentaria no processo para sustentar a tese de legítima defesa. Na ocasião, ele detalhou que Eliandro:
estava trancado dentro da empresa pelo patrão após a confraternização;
conseguiu sair correndo do local;
foi alcançado pelo patrão do lado de fora da empresa;
foi arrastado até a porta da empresa, onde ocorreram as facadas;
usou uma faca que já estava no local, dizendo tê-la pego e escondido para se proteger;
não teria planejado ou desejado matar o patrão;
e agiu em reação ao que enfrentava naquele momento.
A defesa do réu afirma ainda que o Ministério Público se manifestou favoravelmente à soltura, entendendo que não havia mais motivos para mantê-lo preso. Eliandro foi liberado no mesmo dia em que o alvará foi expedido.
Absolvição
Ainda segundo a defesa de Eliandro, a absolvição ocorreu após a análise das provas e depoimentos reunidos ao longo da investigação. O advogado Pedro Bispo afirmou que tanto o Ministério Público quanto a defesa se manifestaram pela absolvição, e o juiz entendeu que Eliandro agiu em legítima defesa.
Ele reforçou que, por causa do sigilo, não pode explicar o teor da sentença, mas disse acreditar que o entendimento será mantido na 2ª instância.
Já a família de Kerli recebeu a decisão com outra expectativa. O advogado Gabriel Melo Vieira, que representa a família do empresário, afirmou confiar que o TJMG “fará justiça, como lhe é de costume”.
LEIA TAMBÉM:
Criminosos vestidos de Papai Noel invadem e furtam loja de eletrônicos em MG; veja VÍDEO
Mãe e filho celebram o Natal um ano após serem arrastados por enxurrada em MG
Relembre o caso
Funcionário Eliandro e o empresário Kerli em foto publicada das redes sociais da empresa em 2022
Reprodução/Redes Sociais
O crime aconteceu em um sábado, no dia 21 de dezembro de 2024, quando Eliandro e Kerli discutiram durante a confraternização da empresa, segundo a Polícia Militar (PM).
Kerli teria dito ao funcionário que ele seria demitido da Metal Polo Aramados e Montagem por ser considerado um “funcionário muito caro”. Eliandro era o empregado mais antigo da empresa.
Segundo a defesa de Eliandro, a fala gerou revolta nele, que quebrou no chão uma garrafa de vinho que havia recebido como presente do patrão. Kerli advertiu o funcionário pelo ato, exigiu que ele limpasse o chão e trancou o portão da empresa, impedindo que Eliandro fosse embora.
Ainda segundo a PM, já do lado de fora, na portaria social da empresa, Eliandro atingiu o empresário com três facadas. Kerli foi socorrido, mas morreu no Pronto Atendimento Municipal.
Na época, a empresa afirmou que não havia “explicação lógica” para o crime, já que patrão e funcionário eram amigos e Eliandro trabalhava havia muitos anos no local.
“O caso ocorreu após a confraternização e do lado de fora da empresa, na portaria social. Não há uma explicação lógica para o ocorrido, pois infrator e vítima eram amigos e o infrator era o funcionário mais velho da empresa, que está evoluindo significativamente, inclusive, mudou de galpão há pouco mais de um mês”, informou a empresa.
Após esfaquear o patrão, Eliandro fugiu e pediu ao irmão que acionasse a polícia porque queria se entregar. Ele foi encontrado pelos militares e preso. A Polícia Civil registrou o caso como homicídio qualificado por motivo fútil — quando o motivo do crime é considerado desproporcional ou banal.
Faca utilizada no crime foi apreendida
PM/Divulgação
VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas